Fichamento de "A função psíquica da Religião"
Para Jung, a religião é um instinto, se apresentando como um fenômeno genuíno. O autor tem
uma atitude positiva em relação às religiões, relatando que todas são válidas na medida em
que recolhem e conservam as imagens simbólicas oriundas das profundezas do inconsciente e
as elaboram em seus dogmas, promovendo assim conexões com as estruturas básicas da vida
psíquica. Jung também relata que entre todos os seus doentes com mais de 35 anos tinham
seus problemas mais profundos constituídos pela questão de sua atitude religiosa.
O pensador usa a palavra religião no sentido de “religare”, tornar a ligar. Religar o consciente
com certos poderosos fatores do inconsciente a fim de que sejam tomados em atenta
consideração. Os fatores se caracterizam por suas fortíssimas cargas energéticas e intenso
dinamismo. Todas as religiões se originam basicamente de encontros com esses fatores
dinâmicos do inconsciente, seja em sonhos, visões ou êxtases.
Jung reconhece todos os deuses possíveis e imagináveis, sob a condição única de que sejam
ou tenham sido atuantes no psiquismo do homem. Não importa que todas as ações religiosas
sejam fisicamente impossíveis. Como toda função, a religiosidade é susceptível de ser
desenvolvida, cultivada e aprofundada, e poderá também ser negligenciada, deturpada ou
reprimida.
Com a seguinte afirmação, Léger diz: “Basta visitar o salão anual do automóvel para
reconhecer uma manifestação religiosa profundamente ritualizada. O culto do veículo sagrado
tem seus fiéis iniciados”. Além disso, Jung afirma que uma das maiores manifestações da
função religiosa no mundo moderno seja o crescente consumo do LSD, onde as pessoas
tentam descobrir novas dimensões na realidade do que de simplesmente fugir do cotidiano.
Segundo ele, “A Trindade é indubitavelmente uma forma mais alta de conceito de Deus que a
mera