Fichamento de Estética da ginga
Estética da ginga
A arquitetura das favelas através da obra de Hélio Oiticica
Paola Berenstein Jacques
Fichado por Bernardo Neves de Paula
Se a vestimenta é um prolongamento de nossa pele individual, para armazenar e canalizar nosso calor e nossa energia pessoais, a habitação é um meio coletivo de obter, para a família ou para o grupo, o mesmo resultado. A habitação, como abrigo, é um prolongamento do sistema termo-regulador do corpo – uma pele ou uma vestimenta coletivas. As cidades prolongam ainda mais os órgãos do corpo para responder às necessidades de grupos numerosos. [p.122]
Mc Luhan
Introdução
O livro tem como foco principal a arquitetura e urbanismo, mas sem aborda-los diretamente, Paola Jacques faz um percurso em volta do tema. Ela costura conceitos filosóficos à obra e vida de Hélio Oiticica e através deste constrói sua leitura sobre a favela, atingindo no fim um trabalho consistente de leitura estética, abordando aquilo que não é arquitetura nem urbanismo, mas aquilo que está à margem destas disciplinas: o marginal.
Por isso a escolha de uma abordagem também marginal: de tanto dar voltas pela margem, acaba-se traçando o contorno da norma, que, no nosso caso, é a própria arquitetura. [p.11]
O corpo do livro se divide em três grandes partes: Fragmento, Labirinto e Rizoma. No
Fragmento é abordado o corpo e suas interações com seu entorno direto: as roupas, as paredes, a arquitetura. No Labirinto, as relações de uma arquitetura com as outras ao seu redor, e por fim com o urbano. No Rizoma, as relações do urbano com o território, e a complexidade que isso implica.
A estética é a disciplina principal do discurso deste texto, e se justifica pela complexidade subjetiva desta abordagem: entender a favela, sob os pontos de vista da arquitetura e urbanismo, através da leitura de um artista (Hélio Oiticica).
Sendo assim, Paola parte para um breve discurso sobre a estética da favela: O contexto social e cultural presente na favela é