Fichamento da Obra - INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO JURÍDICO CRITICO - WOLKMER
PRIMEIRA PARTE – CRÍTICA JURÍDICA E SUA TRAJETÓRIA NO OCIDENTE
Capítulo 1 – Natureza e problematização da teoria crítica
Na atualidade encontra-se, nos diferentes campos da ciência, uma dificuldade em traçar novo parâmetro de verdade, diante da crise de fundamento em que se vive, na sociedade. Fruto da moderna cultura liberal-burguesa e a expansão do material capitalismo surge uma forma específica de racionalização do mundo, tal que esta se define como racionalidade instrumental positiva, a qual não liberta, pois sim, aliena e coisifica o homem. Assim, a nova proposta para a produção teórico-crítica do Direito define, a partir de sua materialização histórico-social e ético-política, novos padrões racionais de normatividade numa sociedade em processo de emancipação. (p. 1-5)
Podemos entender a “crítica” como o instrumental pedagógico operante, que permite a sujeitos inertes e mitificados, uma tomada histórica da consciência. Esta, então, desencadeia processos que culminam com a formação de agentes sociais possuidores de uma concepção de mundo racionalizada, anti-dogmática, participativa e transformadora. (p. 4-5)
A teoria crítica enquanto processo histórico-social contrapõe-se à teoria tradicional. A idéia de consciência e de razão na teoria tradicional está vinculada ao mundo da natureza e ao presente em contemplação. A teoria crítica, por sua vez, expressa a idéia de razão vinculada ao processo histórico-social e à superação de uma realidade em constante transformação; esta se demonstra uma teoria mais dinâmica e abrangente que a tradicional, não se atendo a seus limites naturais, superando-os, posto que não se contente apenas em descrever o estabelecido ou contemplar eqüidistantemente os fenômenos sociais e reais. (p. 5-8)
O real objetivo da teoria crítica é a definição de projeto que possibilite a mudança da sociedade em função do novo tipo