fichamento Cultura digital e apropria o ascendente
Marcelo El Khouri Buzato
Doutor em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Professor do Departamento de Linguística Aplicada no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). E-mail: marcelo.buzato@gmail.com
→ “implantar o bom, correto e necessário para todos equivale, necessariamente, a pressupor a exclusão, o isolamento, a proteção e o silenciamento de muitos”(pag.01)
→ “"inclusão" é também uma palavra habitada por vozes sociais diversas, uma arena de disputa por sentidos vinculados a forças centralizadoras (conservadoras, estabilizadoras, apontadas para o centro) e descentralizadoras (inovadoras, desestabilizantes, apontadas para a margem) que atuam concomitantemente. Por isso, mesmo não gostando dela, reconheço em sua própria notoriedade um potencial internamente persuasivo (BAKHTIN, 1988; 1992). Tento representar esse potencial como um espaço tridimensional, à moda da figura 1, a partir da tríade diferença, (des)igualdade e (des)conexão, de que nos fala o antropólogo Néstor García Canclini (2005).
→” (...)autores concluíram que o tempo e a frequência de uso do computador e da internet pelo estudante (i.e., o quanto ele está conectado) estão correlacionados negativamente com o desempenho escolar, especialmente no caso de alunos mais pobres.
Dwyer e colegas (2007, p. 1310, grifos meus) ponderam que "é verdade que muitas atividades novas são desenvolvidas graças ao computador, mas transformar o computador numa panacéia capaz de consertar os males do sistema educacional parece ser uma ideologia". Nesse caso, o plano da diferença nos faria notar que estudos como o citado, por sua própria natureza quantitativa e baseada em resultados de testes globais estandardizados, pouco podem nos dizer sobre inclusão, já que não levam em conta a diversidade de usos e funções que essas conexões possibilitam na vida de alunos e