Fichamento Cibercultura a partir do capítulo nove
Podemos distinguir dois grandes tipos de mundos virtuais:
— aqueles que são limitados e editados, como os CD-ROMs ou as instalações "fechadas" (off-line) de artistas,
— aqueles que são acessíveis por meio de uma rede e infinitamente abertos à interação, à transformação e à conexão com outros mundos virtuais (on-line).
Não há nenhum motivo para opor on-line e off-line como algumas vezes é feito. Complementares, eles se alimentam e se inspiram reciprocamente.
Um grupo ou indivíduo qualquer, sejam quais forem suas origens geográficas e sociais, pode investir no ciberespaço por conta própria e adquirir dados, entrar em contato com outros grupos ou pessoas, participar de comunidades virtuais ou difundir para um público vasto informações de todos os tipos que ele julgar dignas de interesse.
A CIBERCULTURA NÃO É SINÔNIMO DE CAOS E DE CONFUSÃO?
Já que todos podem alimentar a rede sem qualquer intermediário ou censura, já que nenhum governo, nenhuma instituição, nem qualquer autoridade moral garante o valor dos dados disponíveis, como podemos confiar nas informações encontradas no ciberespaço? Como nenhuma seleção ou hierarquia oficial permite que nos encontremos no dilúvio informacional do ciberespaço, não estamos simplesmente frente a uma dissolução cultural em vez de um progresso, dissolução que só pode servir, em última instância, àquelas que já têm referências, ou seja, às pessoas privilegiadas por sua educação, seu meio, suas redes intelectuais privadas? Esses questionamentos parecem legítimos à primeira vista.
Devemos entender esse liberalismo no sentido mais nobre: a ausência de restrições legais arbitrárias, oportunidades abertas para os talentos, concorrência livre entre um grande número de pequenos