Fichamento: cap. em busca da ordem. filosofia da ciência. rubem alves.
“...a inspiração mais profunda da ciência não é um privilégio dos cientistas, porque a exigência da ordem se encontra presente mesmo nos níveis mais primitivos da vida. Se não necessitássemos de ordem para sobreviver não a procuraríamos. E é somente porque a procuramos que a encontramos. A ciência é uma função da vida. Justifica-se apenas enquanto órgão adequado à nossa sobrevivência. Uma ciência que se divorciou da vida perdeu a sua legitimação.” (p. 29)
“...o senso comum e a ciência nos apresentam visões de ordem muito diferentes uma da outra. Haverá diferentes possibilidades de se compreender a ordem? Níveis diferentes de ordem? Jogos diferentes? Basquete, futebol, pôquer, buraco, xadrez e dama. Ordens distintas, regras diferentes, mundos diferentes. Não obstante, todas elas são ordens. (...) de que forma, em sua própria experiência, você separa a ordem da ciência da ordem do seu comportamento? Seu comportamento é ‘científico’? Você deverá notar que sua ordem pessoal é profundamente marcada por preferências, emoções, valores...” (p. 29)
“...é do desejo que surge a música, a literatura, a pintura, a religião, a ciência e tudo o que se poderia denominar criatividade. Mas é também do desejo que surgem as ilusões e os preconceitos. Esta é a razão por que a ciência, desde os seus primórdios, tratou de inventar métodos para impedir que os desejos corrompessem o conhecimento objetivo da realidade.” (p.