fichamento cap. 2 o povo brasileiro
CRIATÓRIO DE GENTE
O CUNHADISMO
A instituição social que possibilitou a formação do povo brasileiro foi o cunhadismo, velho uso indígena de incorporar estranhos à sua comunidade. Consistia em lhes dar uma moça índia como esposa (...);
(...) o estranho passava a ter nela sua temericó e, em todos os seus parentes da geração dos pais, outros tantos pais ou sogros (...);
Há amplo registro dessa prática entre os cronistas e também avaliações de sua importância devidas a Efraim Cardoso (1959), do Paraguai, e Jaime Cortesão (1964), para o Brasil (...);
A função do cunhadismo na sua nova inserção civilizatória foi fazer surgir a numerosa camada de gente mestiça que efetivamente ocupou o Brasil (...);
Sem a prática do cunhadismo, era impraticável a criação do Brasil. Os povoadores europeus que aqui vieram (...) Por si sós, teriam sido uma erupção passageira na costa atlântica, toda povoada por grupos indígenas (...);
Com base no cunhadismo se estabelecem criatórios de gente mestiça nos focos onde náufragos e degredados se assentaram. Primeiro, junto com os índios nas aldeias (...) Outros formaram unidades apartadas das aldeias (...) Viabilizara‐se, porém, (...) a economia mercantil, capaz de operar como agência civilizatória pela intermediação do escambo, trocando artigos europeus pelas mercadorias da terra;
O primeiro e principal desses núcleos é o paulista, assentado muito precocemente na costa, talvez até antes da chegada de Cabral. Centrava‐se ao redor de João Ramalho e de seu companheiro Antônio Rodrigues (...);
Outro núcleo pioneiro, de importância essencial, foi o de Diogo Álvares, Caramuru, pai heráldico dos baianos. Ele se fixou, em 1510, na Bahia (...);
Um terceiro núcleo de importância relevante foi o de Pernambuco, em que vários portugueses, associados com os índios Tabajaras, produziram quantidade de mamelucos. Inclusive o célebre Jerônimo de Albuquerque (...);
Sua mercadoria era, principalmente, o