Fichamento bachelard
BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
1. Capítulo I. A noção de obstáculo epistemológico. Plano da obra (p.17-28).
Na obra “A formação do Espírito Científico”, o nosso filósofo aborda os obstáculos que inviabilizam o desenvolvimento do espírito Científico.
“Quando se procuram as condições psicológicas do progresso da ciência, logo se chega à convicção de que é em termos de obstáculos que o problema do conhecimento científico deve ser colocado.”(p.17)
“O conhecimento do real é luz que sempre projeta algumas sombras. Nunca é imediato e pleno. As revelações do real são recorrentes. O real nunca é “o que se poderia achar” mas é sempre o que se deveria ter pensado. No fundo, o ato de conhecer dá-se contra um conhecimento anterior, destruindo conhecimento anterior, superando o que, no próprio espírito, é obstáculo à espiritualização”. (p.17)
Para o espírito científico, todo o conhecimento é resposta a uma pergunta. Se não há pergunta, não pode haver conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído. (p.18)
“Quando o conhecimento empírico se racionaliza, nunca se pode garantir que valores sensíveis primitivos não interfiram nos argumentos.”(p.19)
“Costuma-se dizer também que a ciência é ávida de unidade, que tende a considerar fenômenos de aspectos diversos com idênticos, que busca simplicidade ou economia nos princípios e nos métodos. Tal unidade seria logo encontrada se a ciência pudesse contentar-se com isso. Ao inverso, o progresso científico efetua suas etapas mais marcantes quando abandona os fatores filosóficas de unificação fácil, tais como a unidade de ação do Criador, a unidade de organização da Natureza, a unidade lógica.”(p. 20)
Só a razão dinamiza a pesquisa, porque é a única que sugere, para além da experiência comum (imediata e sedutora), a experiência científica (indireta e fecunda). Portanto, é o esforço