Fichamento AS PR TICAS DA ARTE E DA MODERNIDADE
Nigel Blake e Francis Frascina
- Coloca a existência de um desacordo dentro de âmbitos culturais e ideológicos, imperando um pluralismo, cujo significado ou implicação tb são um desacordo.
- sobre o termo “boêmia”: “Originalmente, o termo referia-se à vagabundagem ou à vida errante dos ciganos (...). A Boêmia, que no passado foi um reino (...) era considerada a terra natal dos ciganos. O nome foi assumido no século XIX por muitos artistas e intelectuais que se viam como metaforicamente “sem-teto” na cultura da sociedade capitalista. Para eles, ser “boêmio” tornou-se um modo de olhar o mundo; indicava protesto, independência ou indiferença em relação às convenções sociais. (...) Era, antes, uma atitude cultivada por aqueles artistas e intelectuais empobrecidos que existiam à margem da sociedade; (...) Os “boêmios” opunham-se à autoridade estabelecida, mas sem um credo político sistemático, nem organização.” P.50
- sobre Vanguarda e Boêmia: “(...) Ver a arte de ‘vanguarda’ inicial neste contexto, portanto, enquanto algo produzido por aqueles que estavam mergulhados na ‘boêmia’, é vê-la de certo modo ‘em oposição’ a essa sociedade e a esses princípios. Precisamos, porém, distinguir ‘vanguarda’ de ‘boêmia’. O conceito de ‘vanguarda’ é profundamente ideológico e mutável (assim como o era o de ‘boêmia’). Por um lado, para muitos radicais privilegiados do século XIX, ‘vanguarda’ era um rótulo conveniente e elegante usado para a ascensão social, um símbolo temporário a ser descartado assim que se voltasse a uma posição confortável na sociedade. Muitos desses radicais da moda juntaram-se, ao contrário dos ‘boêmios’, às forças da ordem em 1848. Por outro lado, os ‘vanguardistas’ que julgavam ter um compromisso social e político mais profundo tentaram o engajamento em estratégias e formas de representação, inclusive a pintura e a literatura, percebidas como críticas das convenções existentes e das estruturas de poder que as sustentavam.”