Fichamento 10 03
Estágio Supervisionado em Saúde Mental – Professora Valéria
Acadêmica: Mirian Noemí Machado de Souza RA: 1100748-2
Eixo III: A atuação da(o) psicóloga(o) na política do CAPs
A Reforma Psiquiátrica [...] é, antes, e, sobretudo, um complexo processo de transformação assistencial e cultural que, ao deslocar o tratamento do espaço restrito e especializado de cuidado da loucura: o hospital psiquiátrico, para a cidade, que provoca mudanças no modo como a sociedade se relaciona com esta experiência.
Os CAPS – Centros de Atenção Psicossocial - são uma das invenções deste processo que se articulam e ganham potência no pulsar da rede na qual se inserem, e cumprem, dentro da arquitetura aberta, livre e territorializada da reforma, um importante papel.
[...] Cabe aos CAPS, suas equipes e recursos clínicos, não recuar frente à loucura ou ao sofrimento psíquico, tomando posição e se contrapondo à exclusão como método de tratamento, mas também oferecendo ao estrangeiro da razão, hospitalidade, manejos criativos e singulares para fazer contorno à dor intensa e assegurar ao sujeito os direitos de um cidadão. Cabe ainda ao CAPS, a invenção, pretensão que contrariaria a lógica que o instituiu, contudo, é importante salientar que a clínica antimanicomial não é um fazer eclético, nem tampouco destituído de sentido. Ao contrário, a criação, a invenção desta nova prática de trato e relação com a loucura sustenta-se em princípios éticos claros e definidos. O direito à liberdade, o consentimento com o tratamento, o respeito à cidadania e aos direitos humanos, a participação do usuário no serviço; articulam-se aos conceitos de território, desinstitucionalização, porta aberta, vínculo, trabalho em equipe e em rede. Este conjunto forma os pontos de orientação que organizam e dão sentido ao cuidado nestes lugares.
Nos novos serviços, nos CAPS, muito do que é feito, grande parte da experiência cotidiana de técnicos, usuários e familiares não encontra