ficha de leitura - Intervalo
Bibliografia: BOBBIO, Norberto. A Teoria das Formas de Governo. Tradução Sérgio Bath, Brasília: UnB, 1980.
Capitulo V
Intervalo
“Cito um exemplo muito significativo: uma das obras políticas mais importantes da Idade Média avançada é, sem dúvida, o Defensor Pacis, de Marcílio de Pádua (1324). No cap. VIII, dedicado à classificação das constituições, encontramos uma pura e simples repetição - quase uma tradução – do trecho de Aristóteles (...)” (p.66 l.19)
“"Há dois gêneros de governos, um equilibrado e outro viciado. Com Aristóteles,... chamo de bem equilibrado o gênero em que o governante zela pelo bem comum, de acordo com a vontade dos seus súditos; o gênero viciado é o que apresenta falha, deste ponto de vista. Cada um desses gêneros se divide, em seguida, em três espécies: o equilibrado, em monarquia real, aristocracia e polida; o viciado, nas três espécies opostas, que são a monarquia tirânica, a oligarquia e a democracia".” (p.66 l.25)
“Grande parte das teorias medievais sobre o Estado (pelo menos as teorias dos primeiros séculos, anteriores à visão escolástica, que retoma as teses aristotélicas) apresenta uma concepção negativa do Estado. Considero "concepção negativa do Estado" a que lhe atribui a função essencial de remediar a natureza má do homem, vendo-o sobretudo como uma dura necessidade, considerando-o particularmente no seu aspecto repressivo (simbolizado pela espada).” (p.67 l.5)
“ A concepção helênica era bem diferente. Basta lembrar que, para Aristóteles, o fim do Estado não é só possibilitar a vida em conjunto, mas assegurar aos que vivem em comum uma "vida boa".” (p.67 l.11)
“Quem provê a salvação do homem não é o Estado, mas a Igreja.” (p.67 l.18)
“Será difícil encontrar uma exposição mais incisiva e sintética da concepção negativa do Estado: como sua razão de ser é a maldade humana, o poder dos governantes só se pode aplicar com o terror. Os homens não são naturalmente bons; o Estado é o instrumento