fibrose cistica
As células ductais pancreáticas são responsáveis não somente pela secreção de fluidos, mas também como fator de proteção contra a ocorrência de pancreatite aguda recorrente e crônica pela função de excretar os zimogênios (enzimas digestivos inativos) para fora do pâncreas, no lumen duodenal (Figura 2).
A tripsina controla a ativação de todos os zimogênios e acredita-se que ela é essencial no controle da atividade enzimática digestiva. A ativação prematura do tripsinogênio transformando-se em tripsina funciona como um catalizador para a ativação da maioria dos zimogênios, resultando em autodigestão pancreática, inflamação e a inevitável progressão para pancreatite crônica (Figura 3).
A molécula mais importante envolvida na regulação das funções da célula ductal pancreática é a proteína CFTR, a qual funciona como um canal iônico para permitir que o cloro e o bicabornato sejam secretados para o lumem ductal, e em seguida para a água e o sódio, e também é responsável pela secreção de proteínas para o exterior do pâncreas. Na FC, a perda da função normal da CFTR limita a secreção de fluidos, o que resulta na presença de um fluido ácido e mais viscoso nos ductos pancreáticos. O pH mais baixo (devido à redução da secreção de bicabornato) estimula a ativação do tripsinogênio e a ativação prematura dos zimogênios, os quais não podem ser suficientemente excretados pelo pâncreas, o que resulta em uma injuria recorrente, fibrose pancreática progressiva e formação de pseudocisto (Figura 4).
Na verdade, a alteração anatomopatológica do pâncreas na FC é consistente com destruição associada a