Fiama
Foi estudante de Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Lá conheceu o seu marido Gastão Cruz, figura de compartilhamento e paixão dos ideais literários.
Estreou como autora na obra Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prêmio Adolfo Casais Monteiro. Ganhou notoriedade em meio literário com a Revista Poesia 61, em que publicou o texto Morfismos. Esta seria a morfologia, a forma de como é sua exposição poética, tendo aqui como uma metalinguagem do fazer literário. Foi considerada como uma importante escritora do movimento que revolucionou a poesia nos anos 60.
Logo em seguida, foi premiada em 1996 com o Grande Prêmio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. E em 2001, ganhou o prêmio literário do P.E.N. Clube Português com seu livro Cenas Vivas.
Traduziu obras dos autores John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros.
Apesar de ter recebido vários prêmios em Portugal, Fiama infelizmente não tem tantos adeptos de sua obra no cenário literário brasileiro. Poucos a conhecem e se entregam a sua objetiva literatura do fazer poesia. Ao drama de uma mulher (dramaturga) com traços simples (poesia sem arrudeios) carregada de uma significação forte.
Em sua obra, o cenário bucólico é bastante presente. Isso se deve ao fato da sua infância ser passada entre uma quinta em Carcavelos e o St. Julian’s Schol. Fiama é a descrição da simplicidade, da objetividade, do desmascarar subjetivo da poética. A natureza, em suas obras, remete ao saudosismo da época de menina. Podemos ver tais características no poema a seguir:
Nos Arredores
Morosamente correm água e tempo. Fácil é metaforizar o tempo por dados da Natureza.
Água que