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A medicina popular poderá ser entendida como um corpo de conhecimentos e práticas médicas, que se desenvolve numa dinâmica própria, com base no conhecimento empírico, segundo o contexto sócio-cultural e econômico em que se insere. Trata-se de uma medicina sincrética, que envolve componentes herdados da medicina dos antepassados que vão sendo reinterpretados e adequados às realidades do presente, somados a elementos resultantes de diferentes influências. Desta forma, a medicina popular vai sofrendo mudanças, cujos fatores determinantes devem-se, principalmente, às influências dos meios de comunicação de massa, e da coexistência e interinfluência, na mesma sociedade, do sistema médico oficial e do sistema médico popular, favorecendo, também, a urbanização da medicina rural. (Camargo, 1985:11)
Podemos observar no Brasil, a aproximação da medicina popular com os mais diferentes sistemas de crenças. Entre as formas adotadas para a realização das curas, estão os procedimentos de caráter religioso, a fim de reforçarem as terapias adotadas. Nesses casos, são comuns os passes, orações, além dos bentinhos, medalhas, patuás, crucifixos, escapulários colocados junto aos doentes, para citar alguns exemplos.
No interior do Estado de São Paulo, na zona rural da região de Ibiúna, área pesquisada, predominam curadores munidos quase sempre de ramos verdes, como de arruda (Ruta graveolens), alecrim (Rosmarinus officinalis), que benzem e rezam, práticas essas ligadas a um catolicismo que se popularizou através das crenças nas forças protetoras de santos católicos. Mas, o pentecostalismo voltado às curas divinas, vai se expandindo para além das áreas urbanas atingindo os redutos dos rezadores, onde surgem, também, centros de umbanda, conhecidos em Ibiúna por “saravá”.
Essa religiosidade presente na medicina popular, deve-se em parte à herança portuguesa dos primórdios do Brasil, que trouxe a crença nas curas milagrosas através da