feudos
Uma das características da empresa saudável, de acordo com Beckhard (1972), é sem dúvida a ausência de “feudos”. Como é de conhecimento do público especializado, os estudiosos da administração recorreram a termos que passaram a ser usuais no ambiente gerencial durante décadas de estudos e práticas de administração, seja pelo caminho das ciências sociais e humanas, seja pelo caminho das chamadas ciências exatas. Os feudos organizacionais, ou grupos estanques que agem isoladamente, sem qualquer preocupação sistêmica ou intergrupal, dentro de uma organização, constituem-se em uma das disfunções mais danosas para uma organização que busca sua efetividade.
Desenvolvimento
Um sistema de organização econômica, social e política baseado nos vínculos de homem a homem, no qual uma classe de guerreiros especializados – os senhores -, subordinados uns aos outros por uma hierarquia de vínculos de dependência, domina uma massa campesina que explora a terra e lhes fornece com que viver.
(LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Estampa, 1980).
Observando aspectos do conceito original que guardam certa similaridade com o aplicado à administração, é possível chegar a algumas expressões em comum com o ambiente da gestão: comando, poder, domínio, autoridade e “reserva do senhor”, se levarmos em conta que as atitudes dos gestores dos “feudos”, estão voltadas para garantir suas “reservas” ou apenas o “sucesso” de suas reservas.
Um comportamento corrosivo
Os “feudos” em uma organização são comportamentos gerenciais estanques, isolados, em que os gestores (principalmente) estão impregnados de atitudes (postura interna ou “espírito”) típicas da marca “ganha versus perde”, que dificultam a integração sinérgica das áreas funcionais envolvidas e, em consequência, o alcance dos objetivos globais da