Festival de 67 e a ditadura
Por Lucas Cilento
O festival de 67:
A história da Música Popular Brasileira foi marcada pela presença de inúmeros festivais, promovidos por emissoras de rádio, redes de televisão, teatros e movimentos estudantis. Esses festivais cumpriram a função de revelar intérpretes, compositores e instrumentistas ao grande público. Além de também fazerem parte de um movimento contra ditadura militar. O documentário dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil retrata o III Festival de Música Brasileira da TV Record, o qual ocorreu em outubro do ano de 1967. Porém o documentário não se limita a retratar o surgimento da mais talentosa geração da música brasileira. O mesmo retrata a dimensão da revolução em curso. Pode dizer que o Festival de 1967 da TV Record dividiu a música brasileira em antes e depois. Ficaram para trás os cantores que usavam terno e smoking, os intérpretes que apenas cantavam o amor, e entram em cena intérpretes com maior afinidade com o público, cantores até então considerados como oposição pelo governo militar. Para ter uma ideia da magnitude da nova geração que surgia, os cinco primeiros lugares ficaram com: Edu Lobo (com Ponteio), Gilberto Gil e Mutantes (com Domingo no Parque), Chico Buarque (com Roda Viva), Caetano Veloso (com Alegria, Alegria) e Roberto Carlos (com Maria, Carnaval e Cinzas).
Contexto Histórico
A Ditadura Militar foi o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985 e caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão àqueles que eram opostos ao regime militar. O Brasil vivia uma crise política. A década de 1960 iniciou também, um período de grandes modificações na economia do Brasil: de modernização da indústria e dos serviços, de concentração de renda, de abertura ao capital estrangeiro e de endividamento externo. Durante o regime militar houve um fortalecimento do poder