ferro

ooO ferro é citotóxico e pode ser letal afectando quase todos os órgãos, sendo considerado um ‘veneno’ sistémico intracelular. A absorção de ferro é normalmente regulada de modo a evitar a acumulação deste no organismo porque não há nenhum mecanismo fisiológico que consiga eliminar o excesso de ferro no corpo. A toxicidade do ferro deve-se à sua acumulação no organismo na forma livre ou seja, não ligado a moléculas protectoras como a transferrina ou a ferritina e está relacionada em grande parte com o processo de absorção do mesmo, uma vez que quanto maior for a sua ingestão maior o risco de surgirem os efeitos tóxicos do metal. O ferro existe sobretudo em dois estados iónicos. No estado reduzido (Fe2+) designa-se de ião ferroso, enquanto no estado oxidado (Fe3+) denomina-se ião férrico. O facto de poder existir em dois estados iónicos faz com que o ferro intervenha como co-factor de enzimas envolvendo reacções de oxidação-redução e torna-o ainda promotor de reacções de radicais livres como a de Fenton e de Haber-Weiss nas quais o ferro participa e das quais resultam fenómenos de stress oxidativo. Os iões de ferro podem converter o radical superóxido e o peróxido de hidrogénio no altamente prejudicial radical hidroxilo, através das reacções de Fenton. O radical superóxido pode ainda reagir com o peróxido de hidrogénio (H2O2), na presença de metais como o ferro e o cobre, caracterizando a chamada Reacção de Haber-Weiss, na qual se produz oxigénio, ião hidroxilo e radical hidroxilo. Ainda no que diz respeito a este radical é importante salientar a capacidade de transformar o ferro oxidado (Fe3+) na sua forma de ferro reduzido (Fe2+).

Fe3+ + O2·- > Fe2++ O2 Fe2+ + H2O2 > Fe3+ + HO· + HO- (Reacção de Fenton) --------------------------------------------------- O2·- + H2O2 Fe > HO· + HO- + O2 (Reacção Haber-Weiss)

A formação de espécies reactivas de oxigénio nestas reacções nomeadamente