fernando pessoa
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS - DELL
LETRAS MODERNAS - VI SEMESTRE
LITERATURA PORTUGUESA
CARLA CAMILA PEDROSO
ATIVIDADE AVALIATIVA
(12) Com base nos dois textos de Fernando Pessoa, qual seria a maneira de conceituais os seus textos chamados de conto, levando em conta elementos textuais como personagens, construção narrativa, narrador e ordenação dos eventos.
Os textos “O Banqueiro Anarquista” e “A janela estreita”, de Fernando Pessoa, se diferem em tal medida daquilo que conhecemos por conto, de forma que tentar analisá-los à luz das características básicas desse gênero se torna demasiadamente complexo.
Segundo Massaud Moisés, o conto se pauta, principalmente, pela sua unidade de ação, isto é, por um único conflito, em que “todos os [seus] ingredientes [...] levam a um mesmo objetivo, convergem para o mesmo ponto.” ( A criação literária, 1979, p. 20) Assim, o conto deve abster-se dos detalhes, dos excessos, dos pormenores, visto que se trata de um único drama, o qual apresenta fim em si próprio – compõe-se de início, meio e fim.
Associadas à unidade de ação, estão a unidade de espaço e de tempo. O drama transcorre num único espaço e num tempo determinados. Com efeito, o passado e o futuro não importam, pois os eventos são breves assim como o tempo que levam para acontecer.
Quanto à linguagem, o conto se pauta por sua objetividade. Os acontecimentos são diretamente apresentados, sem digressões e com poucas imagens. O número de personagens é curto, sendo estes de personalidade plana, e cuja apresentação no conto deixa entrever apenas uma faceta do seu caráter.
São estes os elementos responsáveis pela unidade de tom inerente ao conto. Segundo Massaud Moisés, todo contista se preocupa em causar no leitor uma única impressão; quer seja de piedade, pavor ou simpatia, a reação do leitor é sempre singular.
Tais elementos seriam aplicáveis, por exemplo, a contos como “O tesouro”, de Eça de