Fernando Pessoa
• Fernando Pessoa por ele mesmo
(poesia ortônima).
• Heteronímia (fragmentação do EU em vários EUS):
1.Alberto Caeiro
2.Ricardo Reis
3.Álvaro de Campos
• Fernando Pessoa (1888-1935) é o principal escritor do
Modernismo português. Nasceu em Lisboa, ainda jovem foi para a África do Sul. Retornou a Portugal em 1905.
• Em Cancioneiro, está reunida a poesia lírica de Fernando
Pessoa por ele mesmo. Os temas explorados são saudade, solidão, vida, arte, metalinguística dentre outros.
•
Sua poesia como ortônimo também tem traços de nacionalismo e saudosismo. Exemplo: “E a nossa grande
Raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas ‘daquilo de que os sonhos são feitos’”.
Fernando Pessoa: poesia ortônima
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Mensagem (1934) : releitura mítica do destino de
Portugal
MENS/ AG(itat mol)EM
A mente move a matéria
• O poeta promove uma nova interpretação do destino de
Portugal, tendo como base o fenômeno das navegações, a ligação entre os portugueses e o mar e o mito referese ao desaparecimento misterioso do Rei D. Sebastião.
(p.50)
• Os poemas do livro Mensagem revelam a crença em um futuro no qual Portugal voltará a ocupar uma posição de destaque entre as nações. (p.50)
O infante
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos