Fernando Pessoa
Como todos sabemos na poesia de Fernando Pessoa ortónimo é sempre retratado um estado de melancolia e tédio bem como uma insatisfação pela vida que vive e uma procura incessante e vã da felicidade. A consciência e a realidade opõe-se sempre à vida ideal e á felicidade. E neste poema temos uma amostra disso. Simbolicamente e através de metáforas, o poeta far-nos-á entender a incapacidade que sente relativamente a alcançar a vida ideal, os seus sonhos, a realidade.
PRESO NA REALIDADE, destino.
De entre os inúmeros poemas de Fernando Pessoa escolhemos este pois achámos interessante a maneira metafórica com que este trata a angústia que o poeta sentia perante à sua incapacidade de atingir na realidade a vida que sonhou para ele, a vida ideal.
2º
Grande sensibilidade musical:
- aliterações, encavalgamentos, transportes, rimas, ritmo
- verso geralmente curto (2 a 7 sílabas)
- predomínio da quadra e da quintilha
· Adjetivação expressiva
· Comparações, metáforas originais;
· Uso de símbolos
· Reaproveitamento de símbolos tradicionais (água, rio, mar...)
3º- "Passou por outras margens, / Diversas mais além, / Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem" - O rio, parece ter, por outro lado vida própria, tem a sua própria vontade e a sua própria experiência. O rio é o "Destino". É afinal o destino que se opõe a Pessoa, que o faz sofrer no caminho que é atualmente o seu. Pessoa escolhe a imagem de um rio, porque como um rio, o destino é uma sucessão de eventos, um curso de eventos, contínuo, sem fim. RIO SUCESSÃO DE ACONTECIMENTOS QUE VÃO PASSANDO CRONOLOGICAMENTE.
4º - "E quem me sinto e morre / No que me liga a mim / Dorme onde o rio corre — / Esse rio sem fim." - Pessoa conclui o poema. Reflecte sobre o seu estado actual, o seu "eu presente", o seu que não se supunha. E esse eu "dorme onde o rio corre". Ou seja, ele está dominado pelo Destino, está dentro do rio destino, imerso nele e preso nos