Fernando Pessoa
Fernando Pessoa, ortónimo e alvaro de campos podem muitas vezes ser comparados quanto às suas temáticas.
Apesar de Campos ter passado por três fases poéticas distintas, a sua ultima (esta mais intimista e abúlica) mostra ser um pouco parecida com a poesia pouco de pessoa, ortonimo.
Existem até poucas formas de distinguir a poesia do ortónimo da poesia do heterónimo nesta fase de angustia insistencial. Por exemplo através dos versos longos e da linguagem mais emotiva e descontrolada como mostra os versos do poema Lisbon Revisited ( Começa por deixar transparecer a dor de ser lúcido e poder pensar, ter consciência de tudo e não mais ingenuidade. Existe a angústia existencial, que demonstra uma enorme solidão interior, tristeza, dor para com o mundo e o facto de a sua personalidade interior estar feita em pedaços como se de um vidro estilhaçado se tratasse. Ambos demonstram a inquietação que sentem pela existência de enigmas indecifráveis que nem através de análises intensivas se conseguem explicar. Estão cansados, de algo que não se pode explicar, por variadas razões que provocam o cansaço de vida, que indicam não existirem mais razões para viver, para existir, para ser. O tema predominante é a nostalgia dos tempos passados, dos tempos de infância, o que provoca dores espirituais mais fortes que a pior das dores físicas. Há desencanto para com o mundo exterior, que desmotiva, entristece, perturba e magoa. Ambos são como um só neste momento. Pessoa mostra-se mais reservado, escrevendo através de linguagem mais simples, sóbria e espontânea, enquanto que Campos, mesmo angustiado e frustrado, transmite emoções mais fortes, maior angústia e raiva, contrastando com enumerações, aliterações, pontuação emotiva e todo um sem-fim de recursos estilísticos. Pessoa prefere uma métrica curta, sucinta, com a redondilha (7), enquanto que Campos não se preocupa com pormenores, focando-se na transmissão do que