Fernando Pessoa
A fragmentação do “eu” de Fernando Pessoa resulta da constante procura de resposta para o enigma do ser, aliada à perda de identidade.
Na verdade, Pessoa vê-se confrontado com a sua pluralidade, ou seja, com diferentes “eus”, sem saber quem é nem se realmente existe. Contudo, a negação do “eu” como um todo, leva-nos à forma como os heterónimos foram criados, que nos demonstra a angústia da procura pelo desvendo da vida e da morte, da perfeição e da tristeza, da humanidade e da divindade, expressa, por exemplo, no verso “Para poder nunca esgotar os meus desejos de identidade” de Álvaro de Campos. Por vezes, o próprio "eu" lírico contradiz-se, tentando entender o seu desajustamento, a exemplo no verso “Multipliquei-me, para me sentir”.
Por outro lado, Pessoa viveu a aurora do tempo em que Deus estava morto, tendo encontrado a salvação na fragmentação, na vida inventada, em que cada um dos seus heterónimos exprime um novo modo de ser e uma visão própria do mundo. Pode dizer-se que Fernando Pessoa é o poeta do não ser imaginário, sendo a heteronímia a busca de outros sentidos para a vida.
Em suma, Pessoa apresenta um diálogo múltiplo e descentrado, sendo que a sua despersonalização se trata do desaparecimento do “eu” para fazer surgir a persona, isto é, a máscara. Fragmentação do eu
A fragmentação do “eu” de Fernando Pessoa resulta da constante procura de resposta para o enigma do ser, aliada à perda de identidade.
Na verdade, Pessoa vê-se confrontado com a sua pluralidade, ou seja, com diferentes “eus”, sem saber quem é nem se realmente existe. Contudo, a negação do “eu” como um todo, leva-nos à forma como os heterónimos foram criados, que nos demonstra a angústia da procura pelo desvendo da vida e da morte, da perfeição e da tristeza, da humanidade e da divindade, expressa, por exemplo, no verso “Para poder nunca esgotar os meus desejos de identidade” de Álvaro de Campos. Por vezes, o próprio "eu" lírico contradiz-se, tentando entender o