Fentanil transdérmico
1 INTRODUÇÃO
O câncer configura-se como uma das principais causas de morte em todo o mundo. Os avanços na tecnologia para o diagnóstico e nos tratamentos farmacológicos têm aumentado a expectativa de vida das pessoas, mesmo para aqueles pacientes em fase terminal. Contudo, muitas dessas pessoas sofrerão com a dor advinda do câncer, seja obtendo a cura da doença ou mesmo durante a evolução para a morte. Hoje o câncer ainda é visto como algo vergonhoso, sem possibilidade de cura. Infelizmente, essa concepção errônea afeta significativamente a autopercepção de comportamento e as relações sociais do doente com câncer
(SIQUEIRA; BARBOSA; BOEMER, 2007; MARCHAND, 2008).
Nesse sentido, pelas características fisiopatológicas que envolvem o câncer, o paciente acometido dessa doença apresenta um quadro progressivo de dor, interferindo diretamente na sua qualidade de vida por influenciar na execução de suas atividades de vida diária, nas suas relações interpessoais e no seu convívio social como um todo. Na década de 70, a dor oncológica foi considerada “o maior problema de saúde nos Estados Unidos da América (EUA)” e na década de 80, considerada como emergência médica mundial pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Ela é tida como o segundo sintoma mais temido pelas pessoas que foram diagnosticadas, sendo o medo da morte a principal sensação enfrentada por essas pessoas (BONICA, 1978; CHICO; HAYASHI; CERACEDA, 2007; FERREIRA, 2008;
COSTA, 2009).
Ferreira (2008) descreve a dor como uma experiência subjetiva e multidimensional que envolve aspectos sensitivos e culturais, que evoca reações físicas e emocionais que podem ser atenuadas, acentuadas ou perpetuadas por variáveis socioculturais, orgânicas e psíquicas dos pacientes e por condições ambientais em que se apresentam.
Por isso, em relação aos pacientes oncológicos em estágio terminal, os cuidados paliativos têm como objetivo principal o controle da dor com melhora da qualidade de vida.