Fenomenologia do homem
- A dimensão corpórea do homem (homo somaticus)
- A vida humana (homo vivens)
- O conhecer Sensitivo e Intelectivo (homo sapiens)
- Santo Agostinho
HOMO SOMATICUS
A princípio cabe esclarecer qual método usaremos para abordar o tema. Embora rara nos dias de hoje, a expressão ‘Homo Somaticus’ não era nos tempos de São Paulo e Filão Alexandrino que, como outros do mesmo período, separam no homem dois elementos:
• um psíquico, ligado à alma;
• e, outro somático, ligado ao corpo.
A expressão Homo Somaticus é um termo usado para identificar a dimensão corpórea do homem.
O corpo humano tem sido objeto de reflexão filosófica em quase toda parte da história do pensamento. Encontra-se em Platão, Aristóteles, Filão, Santo Agostinho, São Tomás, Descartes, Spinoza, Leibnitz, Schopenhauer, Nietzsche, Bérgson, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, Marcel e outros.
O fato de muitos pensadores antigos e até modernos não considerarem o corpo em si mesmo, mas apenas e exclusivamente em relação com a alma, coloca-o numa posição de pouca importância nas suas reflexões antropológicas, razão pela qual vemo-lo sempre no fim de seus postulados.
Não é exclusividade dos platônicos [Platão, Plotino, Descartes, Leibnitz] que identificando o homem com sua alma, estudam antes de tudo e sobretudo esta última, mas também os aristotélicos [Aristóteles, Tomás, Locke], que veem no corpo uma parte essencial do homem. Justifica-se pela forma como avaliam a questão: tantos os platônicos como os aristotélicos, em antropologia, se valem do método metafísico, o qual exige que se estude antes as causas e depois os efeitos, antes as coisas mais perfeitas e depois aquelas menos perfeitas. E, dado que ambos sustentam que a alma é mais perfeita que o corpo e que exerce sobre ele uma atividade causal, logicamente concentram suas atenções, sobretudo na alma.
Cabe lembrar que a exceção são os existencialistas, que centram suas atenções no homem com seus atributos