fenilcetonúria
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fenilcetonúria
A fenilcetonúria é a aminoacidopatia mais comum da população caucasiana e tornou-se o paradigma de uma doença que pode ser facilmente identificada através de um rastreio sistemático e que, tratada atempadamente, evita a deterioração neurológica grave com atraso mental profundo. Em Portugal, até ao final de 2005, foram rastreados 2.481.988 recém-nascidos e detectados 226 doentes através do Programa Nacional para o Diagnóstico Precoce, sendo a prevalência desta doença no nosso país de 1/11.031 recém-nascidos. A fenilcetonúria constitui uma patologia com grande heterogeneidade molecular conforme é demonstrado pelas 29 mutações diferentes identificadas nos 103 doentes caracterizados de 98 famílias, correspondendo a 196 alelos independentes, sendo a IVS10nt-11G
A a mutação mais frequente (17,3%). A fenilcetonúria clássica é uma doença hereditária do metabolismo, de transmissão autossómica recessiva, sendo a forma mais grave do grupo de doenças denominadas por hiperfenilalaninemias (HPA). A hiperfenilalaninemia é o termo genérico que designa um fenótipo no qual se verifica um aumento de fenilalanina (Phe) causado pela deficiente hidroxilação hepática deste aminoácido (1,2). Neste sistema de hidroxilação da fenilalanina em tirosina intervem a enzima fenilalanina hi-droxilase (PAH; EC 1.14.16.1) e o coenzima tetrahidro-biopterina (BH4). No decurso desta reacção a BH4 é reduzida, sendo posteriormente regenerada pela acção da dihidropteridina reductase (DHPR; EC 1.6.99.7). Qualquer defeito que interfira com o sistema de hidroxilação causará uma hiperfenilalaninemia persistente, uma vez que este sistema é determinante para a homeostase da fenilalanina no homem. A principal causa de hiperfenilalaninemia é a deficiência em PAH, constituindo 98% dos casos diagnosticados. Os defeitos de síntese e regeneração de BH4 envolvem os restantes 2% dos casos, que devem ser