Feminização do magisterio
Edson Caetano e
Camila Emanuella Pereira Neves
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT caetanoedson@hotmail.com Introdução
Diante da constituição atual do quadro de docentes, predominantemente feminino, procuramos elencar subsídios que nos auxiliem a refletir e compreender a constituição, as reivindicações, as conquistas, os desafios, as condições de trabalho, as angústias que marcam a trajetória dos profissionais da educação ao longo dos tempos, bem como a relação destes com as alterações ocorridas no âmbito do mundo do trabalho, pois “a natureza e identidade do trabalho docente devem ser pensadas como vivência concreta de relações sociais” (PASSOS, 2005, p.30). Nesse intento, pode-se observar que a história mostra-nos que a mulher fora submetida, ao longo dos séculos, à negligência, aos estereótipos e a distorção dos próprios fatos históricos. Somente por meio do desenvolvimento da história social (Nova História) e do interesse crescente pelos acontecimentos locais e pela vida familiar e cotidiana das pessoas é que se procurou dar visibilidade às mulheres e à sua história, bem como às suas participações no contexto social como sujeitos de vontades, desejos e de projetos (CHAMON, 2005, p.58).
A formação da identidade do trabalhador docente foi influenciada por diversos aspectos e nosso objetivo é destacá-los para que seja possível a construção da imagem do professor atual e suas implicações na qualidade do ensino público. Por outro lado, consideramos que a crescente precarização do trabalho docente (principalmente a partir de 1990) está vinculada às reformas educacionais promovidas no Brasil e nos demais países da América Latina. Nesse sentido, pode-se observar a ocorrência de uma reestruturação do trabalho pedagógico que amplia a precarização das relações de emprego e trabalho docentes e intensifica a insatisfação crescente dos trabalhadores docentes (OLIVEIRA,