Felizmente há luar !
Na obra “Felizmente Há Luar!”, de Luís Sttau Monteiro é evidente o grande amor partilhado por Matilde e o general Gomes Freire d´Andrade. Matilde, apesar de nunca ter casado com o general, vive uma relação de profunda ternura e cumplicidade (“Sabe que nunca o deixei sozinho e a maior das suas dores é o conhecimento que tem da minha dor”) e, assim sendo, está disposta a enfrentar os governadores para que estes soltem o “seu homem” (“Vou enfrentá-los…”). Mas inquieta-lhe o facto de saber que Gomes Freire está a sofrer pelo seu desamparo (“Está preocupado por minha causa”). O general “entrou de tal forma” na vida de Matilde, tomando “posse dela”: (“ o corpo […] e a alma”) mudando a sua maneira de ver o mundo (“As coisas […] começaram a perder a sua pequenez e cheguei […] a compreender a grandeza da sua obra”), abrindo caminho para o sentimento de respeito e admiração”). Esta afirma que viveu “com ele os anos mais felizes” da sua vida, relembrando os passeios, o aconchego e o carinho do passado (“Queremos fazê-lo renascer […] com a nossa ternura…”). Perdê-lo significava o fim de tudo o que conheceu (“Olhando para trás, parece-me que nunca conheci outro viver”). Não aceita que ele seja uma vítima da injustiça. Conclui-se, assim, que Matilde, apesar de todas as dificuldades, não se deixa amedrontar e enfrenta com admirável bravura os representantes do reino, denunciando a forma repressiva em que se encontrava a