Felizmente Há Luar!
Sousa Falcão aparece assim vestido pois, não se considerando de luto pelo amigo, considera-se de luto consigo mesmo por não ter tido a coragem do General, pois ambos partilhavam os mesmos ideais, e apenas o seu amigo foi capaz de dar a cara e lutar por estes, sentindo que traiu a amizade do general.
Sttau Monteiro recorda que “há homens que obrigam todos os outros homens a reverem-se por dentro”, que nos confrontam com exemplos de coragem e integridade, homens que afirmam as suas convicções, sem medo. Esses, quando morrem, como o General, deixam-nos o exemplo a seguir porque “felizmente há luar” e “todos somos chamados, pelo menos uma vez, a desempenhar um papel que nos supera”.
Hoje em dia, podemos ver que o poder continua a ter os seus ideais, mas muita gente da sociedade não partilha desses ideais, opondo-se muitas vezes às mesmas. Muitas destas pessoas, por vezes, podem ser condenadas, não há morte, mas perdendo muitos dos seus anos de vida numa prisão, a condenação de inocentes, é algo bastante frequente. Enquanto os “ladrões”, as pessoas que deveriam estar presas, andam à solta fazendo o que querem.
As palavras proferidas por Sousa Falcão obrigam os leitores a reverem-se por dentro, ou seja, a pensarem nos seus atos, a reverem-se nos papéis que desempenham na sociedade. Estas palavras levam-nos mesmo a pensar se teríamos a coragem de Gomes Freire ao morrer inocentemente por dar sempre a cara quando se oponha aos ideais do poder.