feliz ano novo
O conto que abre o livro e o batiza é talvez um dos mais impressionantes da obra do autor. Os personagens Zequinha e Pereba, exilados da sociedade, como de praxe em sua obra, egressos de um submundo frio e sujo onde a vida não significa nada, saem para despejar o apocalipse numa festa de ricos no Leblon. Mas é só a pobreza ou a marginalidade que cria loucos e gera violência? O autor mostra que todos independente da classe social, podem se perder nas teias da violência. É o que se pensa após ler Passeio Noturno I e II, onde um executivo bem sucedido sai para relaxar atropelando pessoas na rua com seu carro possante.
Durante a leitura, é possível reencontrar os personagens de sempre se sua fauna urbana, os fracassados, os loucos, os apaixonados, os cínicos e toda a escória que se possa ter em mente.
No conto que fecha a obra (Intestino Grosso) vemos a entrevista a um escritor que filosofa desconcertantemente sobre a arte, a literatura e o mundo atual. Do ponto de vista do escritor, podemos entender o motivo de sua misantropia e um pouco mais da visão do próprio Rubem Fonseca sobre o mundo. Não é de se estranhar a estreiteza entre criador e criatura, principalmente na obra do