Felipe
Quando conduzimos um automóvel e o curvamos, este descreve uma curvatura que não é mais que um segmento de uma circunferência. Tendo em conta que o veículo possui duas rodas em cada eixo, é natural afirmar que a roda exterior terá de percorrer uma maior distância em relação à roda interior, ou seja, o raio da trajetória da roda exterior é maior.
Os automóveis mais antigos foram produzidos com direção paralela, ou seja, quando o veículo descreve uma curva as rodas direcionais apresentam exatamente o mesmo ângulo de curvatura (como na Figura 1).
Figura 1
Este tipo de direção foi ultrapassado e substituído pelo fato de induzir escorregamento, isto é, como o centro da circunferência descrita pelas rodas é diferente, a roda interior vai acompanhar a roda exterior "por arrasto".
Por isso o carro as translações laterais transmitidas pelos mecanismos de direção através de barramentos às rodas direita e esquerda possuem uma importante característica geométrica. A geometria cinemática deste sistema de barras não é um paralelogramo que produz ângulos de esterçamento iguais para ambas às rodas, mas sim um trapezoide que mais se aproxima da geometria de Ackerman, onde a roda interna tem um maior ângulo de esterçamento que a externa, conforme Figura 2. figura 2
Os termos “Esterçamento de Ackerman” ou “Geometria de Ackerman” são comumente utilizados para designar a geometria exata das rodas dianteiras como mostrado na Figura 2 Os ângulos corretos dependem da distância entre-eixos do veículo e do ângulo da curva. Erros, ou desvios, da geometria de Ackerman nos ângulos de esterçamento à direita ou esquerda podem ter uma influência significativa no desgaste dos pneus dianteiros. Erros não têm uma influência significativa na resposta direcional; entretanto, afetam os torques autoalinhantes do sistema de direção. Com a correta geometria de Ackerman, os torques de resistência ao esterçamento tendem a aumentar consistentemente com o ângulo de esterçamento,