Felicidade
Mesmo que não seja possível dizer com clareza o que é a felicidade, todas as tentativas de defini-la remetem a algo maior do que nós, que devemos buscar enquanto vivemos. Este conceito é muito compartilhado e, por isso mesmo, familiar. Na Grécia Antiga, Aristóteles considerava que a felicidade e o prazer era o bem mais elevado a ser conquistado por um ser humano. Este sentimento supremo é alcançado quando o homem desenvolve ao máximo suas capacidades (o que Aristóteles chama de excelência).
Na Idade Média, a religiosidade cristã transformou a felicidade em algo transcendente, alcançado fora deste mundo graças às boas ações praticadas aqui. Na vida terrena, a falta e o sofrimento seriam naturais e, dependendo da maneira como o sujeito vivia, alcançaria a plena felicidade, porém só após a morte.
Já na Modernidade, o surgimento da noção de indivíduo fez com que fosse abandonada a ideia de que a felicidade não faz parte deste mundo. Pelo contrário, para os iluministas ser feliz nesta vida é possível, mas depende de ações individuais. Hoje quando alguém quer consolar um amigo e diz que "cada um deve escolher o que é melhor para si" ou "se te faz feliz, é o que importa" está usando, mesmo sem saber, esta concepção de felicidade. Somos herdeiros do Iluminismo e o individualismo que o movimento propagou nos levou a um mito sobre a felicidade. De certa forma, vivemos uma época em que ser feliz é quase uma obrigação. Na nossa sociedade, atribulada por muito consumo e informação, há um desconforto porque ninguém se sente completamente realizado.
Estabelecida como um “estado”, pode-se situar a felicidade como uma condição ligada a uma situação vivenciada. Neste sentido, atribui-se a esta condição um efeito prolongado, ou mesmo de plenitude, ou seja, ser feliz é, segundo esta concepção, estar completo permanentemente. A Felicidade neste sentido apontaria para um aspecto divino, em concordância com a filosofia de felicidade perfeita apresentada por