Felicidade no Trabalho Recentemente, uma cliente de coaching de carreira lamentava-se que sua família e amigos estavam dando trabalho. Nos últimos dias, tinha gasto boa parte do seu tempo tentando tranquilizá-los e explicando que fazia o coaching somente para se conhecer melhor e explorar possíveis novas carreiras e que não pretendia fazer nenhuma “maluquice”. Sua mãe, preocupada com seu futuro, argumentava: “Minha filha. Você tem um trabalho ótimo. Não deveria se preocupar tanto com isso. O trabalho é só uma parte de nossa vida e você não deveria dar tanta importância a ele”. Pela lógica da mãe, a filha deveria buscar ser feliz fora do trabalho e se resignar às mazelas do mundo corporativo. Herminia Ibarra, professora do Insead e uma das mais respeitadas estudiosas de transições de carreira, defende que as pessoas mais próximas são geralmente aquelas que mais atrapalham aqueles que pretendem mudar de carreira. A atitude dos amigos e da mãe desta cliente confirma a hipótese de Ibarra. No entanto, a colocação feita pela mãe deu margem a uma interessante discussão que se seguiu naquela tarde. Afinal de contas, dá para ser feliz no trabalho? A preocupação com a felicidade não é uma novidade. Os gregos antigos Sócrates, Platão e Aristóteles já filosofavam sobre este assunto há séculos. Para eles, a felicidade estava ligada a um estado de espírito e a uma vida devotada ao estudo das artes e da filosofia. O trabalho não fazia parte da fórmula da felicidade dos gregos, sendo ele totalmente delegado aos escravos. Mas muitos anos se passaram e o trabalho ganhou um papel central na vida das pessoas e, ao menos para a maioria de nós, não tem mais como ser terceirizado. Com isso, a busca da felicidade no trabalho ganhou maior relevância e não pode ser ignorada. Acredito que a resposta para o eterno conflito entre trabalho e felicidade seja um tanto complexa, e que, para tentar compreender esse conflito, temos que nos fazer antes duas perguntas. A primeira pergunta é: