feito
Descoberta do Novo Mundo/ século XVI: Com as grandes navegações, os ingleses, portugueses e espanhóis encontraram, além de terras, novos habitantes. A descoberta das diferenças pelos viajantes do século XVI e a dupla resposta ideológica dada daquela época até nossos dias. “A gênese da reflexão antropológica é contemporânea à descoberta do Novo Mundo. O renascimento explora espaços até então desconhecidos e começa a elaborar discursos sobre os habitantes que povoam aqueles espaços.”
A figura do mal selvagem e do bom civilizado:
“A extrema diversidade das sociedades humanas raramente apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração exigindo uma justificação. A antiguidade grega designava sobre o nome de bárbaro tudo o que não participava da helenidade, o renascimento, os séculos XVII e XVIII falavam de naturais ou de selvagens, opondo assim a animalidade a humanidade. O termo primitivos é que triunfará no século XIX, enquanto optamos preferencialmente na época atual pelo subdesenvolvido”.
“Além da religião, outro critério para avaliação das sociedades ditas primitivas seria: A aparência física: Eles estão nus ou “vestidos de peles de animais”; Os comportamentos alimentares: Eles “comem carne crua”, e é todo o imaginário do canibalismo que irá aqui se elaborar; A inteligência tal como pode ser apreendida a partir da linguagem: eles falam “uma língua inteligível”. A partir da observação direta de um objeto distante (Léry) e da reflexão a distância sobre este objeto (Montaigne), tem-se a constituição progressiva, não de um saber antropológico, muito menos de uma ciência antropológica, mas sim de um saber pré-antropológico.