ANTROPOLOGIA – PROVA O texto “O feiticeiro e sua magia”, escrito por Lévi Strauss, trata da crença das sociedades selvagens nos feiticeiros, que são aqueles que utilizam seus poderes mais para realizar feitiços de amor e de cura do que para danificar alguém (papel dos bruxos), e são reconhecidos publicamente. Essas sociedades são muito bem amarradas, ou seja, separam claramente o que é “de dentro” e o que é “de fora”. Inicialmente, o autor trata de como a crença na magia pode levar alguém a realmente ficar doente. Um indivíduo consciente de que é objeto de um malefício fica profundamente convencido, pelas tradições de seu grupo, de que está condenado, e parentes e amigos compartilham a certeza. Uma vez ciente de ser vítima de um feitiço, a pessoa está então condenada, sendo assim abandonada pela sociedade, que a julga inválida e inútil (o tratam como morto mesmo antes de o fato ocorrer). Sendo assim, convicto de que não sobreviverá, o indivíduo cessa de comer, fica com medo, recusa alimentos e bebidas, e morre lentamente. A eficácia da magia implica a crença na mesma, ou seja, para curar uma doença, é necessário que haja um tríplice consenso: crença do feiticeiro na eficácia de suas técnicas; crença do doente no poder do feiticeiro; crença coletiva, como um campo de gravitação, que há um feiticeiro que prejudicou o doente. O feitiço é a causa inicial, seguido do retraimento do grupo social em relação ao enfeitiçado, do rito (fato de o indivíduo estar enfeitiçado faz com que ele não faça mais parte do grupo social) e, finalmente, a morte simbólica, onde há o exílio e abandono do doente (exclusão em geral). Para concretizar seus estudos, Strauss narra três acontecimentos em tribos diferentes. A primeira se passa em setembro de 1938, num acampamento com índios Nambikwara, no Brasil. Enquanto analisava a tribo, seu feiticeiro sumiu. Após um dia do desaparecimento o autor, na busca pelo corpo, o encontra caído e imóvel, e o leva de volta para a tribo, onde relata