febre
2.5.1 Introdução
A febre é um aumento da temperatura corpórea acima do padrão considerado normal – entre 36ºC e 37,4ºC. A temperatura corpórea independe da região geográfica ou de alterações ambientais. Em geral, a temperatura mínima ocorre entre duas e seis horas, e a máxima, entre 17 e 19 horas.
A temperatura corporal normal (37ºC) é regulada por um centro situado no hipotálamo, que assegura um equilíbrio entre a perda e a produção de calor. Na febre, há uma elevação do ponto de ajuste da temperatura corporal, decorrente da ação de prostaglandinas do tipo E no hipotálamo. A síntese aumentada de prostaglandinas do tipo E é estimulada pela interleucina-1 (IL-1), citocina liberada em diversas situações, como, por exemplo, em infecções e lesões teciduais. Portanto, a febre é o sintoma de um processo patológico, sendo parte do mecanis-mo de defesa do corpo e não uma condição médica (GILMAN, 1991; RANG, 2001; FINKEL, 2007).
A idade também influencia não só a temperatura basal como a resposta febril: lactentes apresentam grandes variações de temperatura com fatores ambientais e recém-nascidos, especialmente prematuros, podem não desenvolver febre, ou mesmo apresentarem hipotermia, na vigência de infecções graves. Este padrão de irresponsividade térmica também é observado em indivíduos idosos, que pode ser atribuído a várias causas: distúrbios da termogênese (diminuição do metabolismo basal, da eficiência dos tremores musculares e da vasoconstricção periférica), redução da produção de e da sensibilidade à IL-1, excesso de lipocortina-1 (um intermediário intracelular da ação dos corticoesteroides) e alterações comporta-mentais (incapacidade de se aquecer) (VOLTARELLI, 1994).
A febre parece ter surgido durante o processo evolutivo da vida e poderia ter um papel na destruição de bactérias incapazes de sobreviver em um meio ambiente mais quente (ATTA, 2002). A febre, porém, também pode acarretar prejuízos em circunstâncias em que há aumento do consumo de