febre reumatica
A febre reumática (FR) e a cardiopatia reumática crônica (CRC) são complicações não supurativas da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A e decorrem de resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. Essa é uma doença que está frequentemente associada à pobreza e às más condições de vida. Assim, apesar da reconhecida redução da incidência da FR nas últimas décadas nos países desenvolvidos, a FR permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento. A FR afeta especialmente crianças e adultos jovens. A mais temível manifestação é a cardite, que responde pelas sequelas crônicas, muitas vezes incapacitantes, em fases precoces da vida, gerando elevado custo social e econômico. Os gastos gerados pela assistência aos pacientes com FR no Brasil são significativos: em 2007, foram gastos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de R$ 157.578.000,00 em internações decorrentes de FR , de origem clínica ou cirúrgica, sendo que, das cirurgias cardíacas realizadas neste período, 31% abordaram pacientes com sequelas de febre reumática Apesar da reconhecida importância do problema e da existência de estratégias comprovadamente eficazes de prevenção e tratamento da faringoamigdalite estreptocócica, as ações de saúde desenvolvidas até hoje têm se mostrado insuficientes para o adequado controle da FR no Brasil.Nesse contexto, as sociedades brasileiras de Cardiologia, de Pediatria e de Reumatologia tomaram a iniciativa de discutir e elaborar estas Diretrizes, com objetivo principal de oferecer recomendações sobre as estratégias diagnósticas, terapêuticas e preventivas para a febre reumática, baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis na atualidade.A despeito de iniciativas regionais de programas visando à prevenção da FR nas últimas décadas, a inexistência de um programa de âmbito nacional contribuiu para que a FR mantivesse taxas de