FEBRE REUMATICA
2 ENDOCARDITE INFECCIOSA
É o acometimento infeccioso do endocárdio, causado por bactérias (>95% da vezes) ou fungos. Normalmente a infecção se dá sobre o endocárdio valvar, mas pode acometer outras estruturas, como o endocárdio das comunicações interventriculares, a aorta com coarctação e próteses valvares.
A maior parte dos doentes que sofrem de endocardite possuem alguma condição cardíaca que é considerada de risco para desenvolvimento da endocardite. O endotélio próximo a fluxos de alta pressão (ex: orifícios de CIV, regurgitações valvares, pontos estenóticos) sofre lesão, onde se depositam plaquetas e fatores de coagulação, formando um pequeno trombo. Esse local é propício ao desenvolvimento de bactérias que eventualmente consigam entrar na corrente sanguínea. Várias são as condições que podem causar uma bacteremia (ver em Profilaxia), como procedimentos cirúrgicos, extrações dentárias e manipulações do trato urinário, que podem então levar a infecção do endocárdio exposto a lesão.
O uso de drogas injetáveis endovenosas e o acesso endovenoso prolongado, como cateter venoso central, podem ser condições de risco em especial, mesmo para corações normais.
A endocardite infecciosa é uma doença de alta morbimortalidade, mesmo com as condições atuais de abordagem. A mortalidade varia de acordo com o organismo infectante, sendo ainda maior quando envolve portadores de próteses valvares ou associa-se a complicações como insuficiência cardíaca, formação de abcessos, estes considerados embolizantes podem predispor a fenômenos embólicos sistêmicos e cerebrais. Nas últimas três décadas, documenta-se uma redução da mortalidade geral de 25-30% para 10-20%. Especificamente, nos casos de endocardite infecciosa por Staphylococcus aureus, a redução foi de 15-30% para 50-60%, o que certamente relaciona-se à moderna abordagem cirúrgica precoce durante a endocardite infecciosa ativa. Devido à relativa raridade dos casos de endocardite