Febre maculosa
A febre maculosa no Brasil
Fernando de Sá Del Fiol ,1 Fábio Miranda Junqueira,1 Maria Carolina Pereira da Rocha,1 Maria Inês de Toledo1 e Silvio Barberato Filho1
Como citar: Del Fiol FS, Junqueira FM, Rocha MCP, Toledo MI, Barberato Filho S. A febre maculosa no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2010;27(6):461–6.
A febre maculosa, inicialmente denominada febre maculosa das Montanhas Rochosas, foi identificada pela primeira vez no Estado de Idaho, nos Estados Unidos, no final do século XIX (1, 2). Seu nome deveu-se à sua grande incidência nos estados americanos cortados pela cadeia das Montanhas Rochosas. Em 1906, o agente etiológico, a Rickettsia rickettsii (riquétsia) foi descrito por Howard Taylor Ricketts, que identificou também o carrapato como principal vetor de transmissão (3). A febre maculosa é muito semelhante ao tifo. Em função dessa semelhança, Ricketts foi convidado a colaborar em pesquisas durante uma epidemia de tifo no México. Dias após isolar e identificar o microrganismo causador da doença, contaminou-se e veio a falecer de tifo em 1910 (4). No Brasil, a febre maculosa também é conhecida como tifo transmitido pelo carrapato, febre petequial ou febre maculosa brasileira. Foi reconhecida pela primeira vez, no Brasil, em 1929, em São Paulo. Logo depois, foi descrita em Minas Gerais e no Rio de Janeiro (5). A bactéria gram negativa Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa, é intracelular obrigatória e reside no citoplasma do hospedeiro, tanto do vertebrado quanto do vetor invertebrado que a transmite. Apresenta morfologia de bacilo curto ou de cocobacilo e é bem pequena, medindo de 0,3 a 1,00 µm, com um genoma que varia de 1.1 a 1.6 Mb (6).
SINOPSE
EPIDEMIOLOGIA
Embora no Brasil o número de casos confirmados de febre maculosa esteja em declínio desde 2005, a taxa de mortalidade (20 a 30%) ainda é muito alta quando comparada a outros países. Esse alto índice de mortalidade tem estreita relação