FAUSTO
BREVE ANÁLISE DA OBRA:
Em primeiro lugar, vale ressaltar a relação existente entre a obra de Fausto e a vida do autor Johannes Wolfgang Von Goethe. Fica claro que em vários pontos o autor projeta o contexto de sua vida, suas inquietações e suas angústias na história de Fausto. Tal semelhança pode ser notada logo no início da obra bem como em qualquer biografia de Goethe quando se vê que ambos estudaram diversas áreas do conhecimento humano. O que torna a relação ainda mais curiosa é o fato de que o mito de um Doutor Fausto existia desde o fim da Idade Média. O mito consistia na história de um homem que conseguiu criar uma aura de doutor em ciências ocultas, que trabalhou como mágico e fazia horóscopos de pessoas importantes. Nesse sentido, é importante destacar que a primeira parte da obra, Fausto I, publicada em 1801, abrangia o cenário de transformações e conflitos ideológicos existentes no período em que Goethe vivia. Desses elementos evidencia-se o humanismo conflitante (Cristão vs. Criticismo), a tragédia grega com suas atestações da condição humana e as utopias sociais nascentes. Pelo fato de ser um período aonde as certezas de cada área eram postas em cheque, a obra é rica em críticas ao sistema político, social, às religiões da época, à razão, à ciência e ao modo de pensar burguês. No entanto, apesar do autor participar das dúvidas e ansiedades do seu tempo, o senso místico é um traço essencial da obra. A temática de Fausto pode ser considerada como um conflito universal entre valores e prazeres os quais são sempre refletidos em questões existenciais. Sem confiar na Ciência nem na Filosofia, Goethe encontra na poesia as respostas que sua época tanto necessitava, visto que esta não procura entender as coisas, mas sim senti-las, exprimi-las e vivencia-las. Portanto, conclui-se que o esforço contido em Fausto é a busca pela humanização do homem, busca por torna-lo livre. Por fim, vale exaltar a forte crítica à razão contida na obra. Para