fatos sociais
RAFAEL REIS PEREIRA BANDEIRA DE MELLO*1
Os Positivistas Ortodoxos, nome dado aos membros do Apostolado Positivista do Brasil militaram em prol da implantação de uma ditadura com aspectos bem peculiares. Após a proclamação da república em 1889 algumas reivindicações do
Apostolado foram atendidas por decretos do Governo Provisório que foi instaurado para dar o rumo da política no país. A “Ditadura Republicana” defendida pelo Apostolado se pautava nos ideais do francês Augusto Comte que foi mentor da doutrina positivista aqui estudada e surgida no século XIX.
Para compreender melhor em quais fundamentos se pautou o Apostolado é sensato recorrer a uma distinção clássica encontrada em bibliografias sobre o tema, essa distinção divide os adeptos do positivismo em dois grupos, ortodoxos e heterodoxos.
Após a morte de Comte, duas dissidências norteavam o rumo do pensamento positivista na França e isso refletia também nas acepções da doutrina no mundo. Dois discípulos de
Comte, Pierre Laffite (pró, ortodoxo) e Émile Littré (pró, heterodoxo) lideravam os respectivos grupos. Essa distinção foi fruto das duas fases marcantes do pensamento de
Comte. Em um primeiro momento o pensamento de Augusto Comte apesar de não ser simplesmente provido de fontes científicas2, representava mais uma filosofia do que uma religião, e uma das perspectivas prioritárias era a observação dos fatos.
Após o encontro com sua musa inspiradora Clotilde de Vaux, em 1845, Augusto
Comte passou a priorizar o lado afetivo ao invés do racional e reorientou seu pensamento. Comte apaixonou-se por Clotilde por ela não deixar que a relação com o filósofo passasse de uma forte amizade mesmo com o desaparecimento de seu marido.
O desaparecimento do então marido de Clotilde ocorreu após o descobrimento de que este desviou dinheiro público para o pagamento de dívidas. Acreditava-se na época que ele havia se