Fasolo 2
Contexto histórico do Código de menores SAM (Serviço de Assistência a Menores) A primeira metade do século XX foi permeada por uma extensa mudança social e política. Esse período caracterizou-se pela busca de modernização e de adequação aos novos modelos de civilidade e urbanidade desenvolvidos a partir dos países industrializados. Modernidade, trabalho assalariado e a contenção dos valores e práticas populares foram as palavras de ordem nesse momento histórico. Ser moderno era conseguir conter todas as práticas consideradas como antiquadas, assim como as atividades nas ruas. Eram nelas que aconteciam as conversas entre vizinhos, associabilidade, as brincadeiras de rua e os jogos de bola. A rua era o lugar da diversão, mas, principalmente, era percebida como um lugar da desordem. Em um mundo de valorização do trabalho assalariado a infância deveria obedecer a essa lógica mercadológica. Em uma sociedade que se pretendia moderna e evoluída, as crianças eram vistas como o futuro da nação, que poderia ser de progresso ou de retrocesso. Assim sendo era necessário promover a adoção de políticas públicas que compelissem os menores desamparados ao trabalho e impedissem que eles contagiassem, com seus maus hábitos, a sociedade em geral. Desde o final do século XIX a criança começou a ser percebida de um modo diferente do que era anteriormente compreendida, não obstante, a infância, sobretudo a infância desvalida, não deixou de se apresentar como um problema.
No ano de 1941, o presidente Getúlio Vargas promoveu uma grande mudança em relação ao tratamento dado aos menores desvalidos e criou o Serviço de Assistência ao Menor (SAM). A criação do SAM buscou implementar uma política menorista centralizadora e que