Farmácia
Carlos Horta e Costa
A Farmácia detém um passado histórico valioso, do qual todos os farmacêuticos se podem orgulhar. Por esta razão o conhecimento da história da farmácia é indispensável como aposta no futuro, uma vez que a história legitima e dignifica esta ciência e profissão.
Se não existe vida sem doença, então, não é possível doença sem remédios destinados a combatê-las e a aliviar os seus sintomas. A história da medicina está intimamente ligada à ciência dos medicamentos. Ambas remontam ao aparecimento do homem na terra. As doenças são parte integrante da luta do homem para a sobrevivência e pela vida.
Evolução da história da Farmácia
O século XX é marcado pelo nascimento da historiografia farmacêutica. Espanha foi o primeiro país constituinte da Península Ibérica a apresentar, em 1847, uma obra dedicada à História da Farmácia por C. Mallaine e Q. Chiarlone. Em 1853, o francês A. Phillippe editou a obra mais galardoada da época. Somente treze anos após a edição desta obra é que a História da Farmácia teve mais impacto em Portugal, com a publicação de um livro de investigação da autoria de Pedro José da Silva (1834-1878). Contudo o Historial Farmacêutico apenas ganhou um reconhecimento institucional académico na Alemanha em finais
do século XX e princípios do século actual, com o trabalho de J. Berendes (1837-1914); H. Peters (1847-1920) e H. Schelenz (1882-1960).
Para podermos identificar com clareza o objectivo desta disciplina, é necessário analisar o termo “farmácia” que serve simultaneamente para denominar uma profissão e uma área técnico-científica. Como profissão, a Farmácia consegue abranger um campo de diferentes actividades relacionadas com a preparação e dispensa de