Farmacocinética Infantil
A prescrição pediátrica, ou seja, a prescrição medicamentos para uso infantil, deve ser precisa, segura e eficaz. Isso pode ser uma tarefa bem difícil, uma vez que não há evidências científicas que sejam suficientes para garantir que esse medicamento será, de fato, preciso, seguro e eficaz, resultando em risco para a criança1.
Os medicamentos de uso pediátrico são aprovados pelos órgãos regulatórios e liberados para o consumo influenciados, em sua grande maioria, por interesses de cunho comercial, deixando, assim, de lado, questões clínicas1. Isso resulta em medicamentos não licenciados e prescrição off label. Em geral, a prescrição é baseada na experiência e julgamento do médico pediatra ou clínico geral, que decidirá sobre indicações, dosagens e formulações, muitas vezes de forma arbitrária2. A prescrição off label ocorre quando o médico prescreve um medicamento para uma causa que não seja aquela a qual o medicamento foi indicado.
Na prática clínica, a prescrição racional de medicamentos deve considerar o emprego de dose capaz de gerar efeito farmacológico, conceito de eficácia; gerando efeitos tóxicos mínimos, ou seja, que tenha segurança. Dessa forma, é necessário que haja consideração e avaliação das características fisiológicas da criança, de acordo com o seu período de desenvolvimento, além de parâmetros farmacocinéticos do fármaco3.
As características fisiológicas das crianças são variáveis, principalmente durante a primeira década de vida, na qual observamos mudanças na funcionalidade de cada órgão4. Durante as fases de crescimento, as crianças estão em contínuo desenvolvimento, período onde os processos de maturação não são exatamente graduais e previsíveis5.
Tabela 1: Fases do Desenvolvimento Humano
FASE
IDADE
Pré Natal
0-9 meses
Embrionária organogênese
0-3 meses
Fetal
3-9 meses
Inicial
3-6 meses
Terminal
6-9 meses
Pós Natal
Infância
0-12 anos