Faramacia
A epilepsia é uma doença polimórfica que se caracteriza pela recorrência periódica de crises com descarga neuronal, com ou sem convulsões. A classificação das várias formas de epilepsia é complexa e a sua sistematização está fora do âmbito desta página. As crises epilépticas também são objeto de uma classificação que é particularmente relevante para a escolha da terapêutica medicamentosa antiepiléptica. Assim, as crises epilépticas classificam-se em parciais (quando têm um início localizado/focal), generalizadas, não-classificadas e estado de mal (crises prolongadas parciais ou generalizadas sem recuperação entre as crises). As parciais ainda podem ser simples (sem perturbação da consciência), complexas (com perturbação da consciência) ou com generalização secundária.
Os mecanismos fisiopatológicos das crises epilépticas ainda não foram completamente esclarecidos. No entanto, sabe-se que a gênese das crises epilépticas está relacionada com a instabilidade elétrica das membranas celulares de um ou mais neurônios. Este excesso de excitabilidade propaga-se localmente originando crises parciais, ou globalmente, originando crises generalizadas. A causa do aumento da condutividade da membrana tem sido atribuída a diferentes mecanismos moleculares, todos passíveis de modificação farmacológica, nomeadamente: alterações da condutância do potássio, defeito nos canais de cálcio dependentes da voltagem ou uma deficiência nas ATPases membranares necessárias ao transporte iônico.
Existem vários grupos de medicamentos eficazes no controle de diferentes formas de epilepsia. A eficácia da terapêutica antiepiléptica depende em parte do tipo de crises. Alguns medicamentos estão indicados apenas num tipo de crise e não noutros, podendo mesmo agravá-los.
Os mecanismos de ação dos medicamentos antiepilépticos podem ser sistematizados em 3 categorias principais. Os medicamentos eficazes no controle das crises mais comuns, isto é, as parciais e as generalizadas