Faraday
São Paulo, 2012.
Filho de um modesto ferreiro, aos 14 anos Michael Faraday foi trabalhar como aprendiz numa loja de encadernação. Nessa época, sua instrução limitava-se aos rudimentos da aritmética e a algumas noções elementares de linguagem.
Familiarizando-se com os livros, Faraday passou a interessar-se pela leitura das obras científicas, particularmente as de química. Sua paixão pela nova ciência levou-o a assistir às conferências do químico Humphry Davy, na Royal Institution.
Um dos fregueses do seu patrão, conhecendo as tendências do jovem aprendiz de encadernador, chamou a atenção de Davy, o qual, anos depois, convidou-o para ser seu assistente.
Em companhia de Davy, Faraday viajou pela Europa, onde visitou os mais importantes centros de cultura. De volta à Inglaterra, passou a trabalhar assiduamente no laboratório da Royal Institution.
Motor eletromagnético
Por volta de 1821, atraído pela experiência de Öersted, que revelara que a corrente elétrica tinha a propriedade de modificar a direção de uma agulha magnética, Faraday verificou, invertendo a experiência do físico dinamarquês, que os magnetos exercem ação mecânica sobre os condutores percorridos pela corrente elétrica.
Para chegar a essa averiguação, Faraday colocara um ímã verticalmente sobre um banho de mercúrio, fazendo que uma de suas extremidades ficasse imersa no líquido. Ligando, então, um fio condutor ao mercúrio, fechando o circuito, observou que, quando o fio era móvel em torno de seu ponto de suspensão, descrevia círculos em volta do ímã. Caso contrário, fixando-se o fio e libertando o ímã, este girava em torno do fio.
Com essa experiência singela, mas de extraordinárias consequências para a tecnologia, Faraday criara o primeiro motor eletromagnético.
Dois anos depois, Faraday liquefez o cloro e, em 1824, graças à notoriedade alcançada por suas descobertas, foi eleito para a Royal Society, de Londres.