"Família"
No ano de 1996, Cecília Sardenberg, professora adjunta do Departamento de Antropologia e Pesquisa do NEIM (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher), da Universidade Federal da Bahia, publicou em seu artigo “E a Família, Como Vai?”, reflexões sobre mudanças nos padrões de família e o papel da mulher neste processo.
Neste artigo a autora trata da “crise” da família brasileira, considerando o seu processo de desagregação e degradação como também admite que a família enquanto valor não perdeu a sua força. Para isso, a autora traça a trajetória do conceito de “família” desde a herança psicológica e cultural e suas dimensões, até os dias atuais, onde se admite que o termo “família” serve apenas como referência de modelo para organizar novos arranjos e grupos domésticos.
Em um estudo mais recente sobre o tema, a revista ISTOÉ – edição 2241, outubro 2012, baseada no último censo, mostra o retrato da nova família, apontando como a participação feminina no mercado de trabalho, a maior expectativa de vida e as facilidades para se divorciar mudaram a cara da sociedade brasileira. Além disso, o número de grupos domésticos chefiados por mulheres tem crescido significativamente nos últimos anos. Contudo, verifica-se também que as mulheres continuam tendo remuneração inferior à dos homens (mesmo tendo escolaridade igual ou superior) e continuam sendo as principais responsáveis em realizar atividades domésticas, acarretando-lhes uma sobrecarga na jornada de trabalho, fato este que implica no comprometimento da sua qualidade de vida , e, muitas vezes também, na ausência ou pouca paricipação na educação dos filhos.
Vale ressaltar que os avanços observados na estrutura dos novos arranjos