Família Real portuguesa
Tendo os ingleses como importantes aliados, Dom João (que se tornara Príncipe Regente de Portugal devido à doença mental de sua mãe, D. Maria I) optou, então, por transferir a capital do reino para o Brasil. Essa resolução permitiu que o poder soberano da dinastia dos Bragança se mantivesse intacto, evitando que ocorresse em Portugal o mesmo que em outros reinos, como a Espanha, onde os governantes foram depostos e feitos reféns de Napoleão.
O primeiro ponto de parada da Família Real no Brasil foi a cidade de Salvador, onde permaneceu por quase um mês e cuja estadia foi marcada pela assinatura da Carta Régia que abriu os portos brasileiros às nações amigas. Estima-se que cerca de 15.000 pessoas desembarcaram na Bahia e, em seguida, no Rio de Janeiro, mas é difícil afirmar com certeza. A esquadra, composta por oito naus, três fragatas, dois briques, uma escuna e uma charrua de mantimentos, além de 21 navios comerciais, trouxe a Família Real, ministros, auxiliares, a Corte e tudo que foi possível organizar nos dois meses que antecederam a partida de Lisboa para o Brasil.
Ao chegar à capital da colônia, os portugueses encontraram uma cidade que possuía 71 ruas, 27 becos, sete travessas, cinco ladeiras e 60 mil habitantes, metade deles escravos. Era um lugar atrasado, de costumes rígidos, comércio limitado e nenhuma vida cultural, totalmente despreparado para receber aquela multidão de nobres europeus.
Dessa forma, o Rio de Janeiro foi a cidade que mais rapidamente sentiu as modificações introduzidas