FAMÍLIA MONOPARENTAL
Apresento este trabalho que intitulei de ‘Família Monoparental Chefiada por Mulher: Uma História de Religação com o Mundo e de Auto-ecoorganização’, com o propósito de legitimar meu processo interventivo curricular acadêmico, do curso de Serviço Social na Universidade Luterana do Brasil. Este trabalho de intervenção foi vivenciado durante os dois semestres do ano de 2006, estendendo-se á 2007/1, período que reservei para redigir as experiências passada nesse processo em forma de trabalho de conclusão de curso. Durante esta experiência trabalhei com mulheres, na maioria chefes de família monoparental, provedoras e cuidadoras de sua prole. A partir da criação do grupo multifamiliar convivemos durante três meses e nos conhecemos mais intimamente, estabelecemos vínculos mais estreitos, trocamos saberes, risos, lágrimas. Juntas emocionamo-nos com os relatos umas das outras e encontramos possibilidades de mudanças em nossas próprias histórias de vida. A busca por um grupo hologramático (onde uma representa o grupo, e o grupo representa todas) onde a parte está no todo, assim como o todo também está na parte (Morin, 2000), e a elaboração de encontros dinâmicos e criativos, foi um grande aliado na assiduidade das mulheres, assim como no resultado. Resultado que aconteceu para cada uma de maneira diferente, respeitando o tempo e o espaço em particular, de cada uma. Outro fator relevante para o grupo foi o novo olhar para a prática profissional, com respaldo epstemiológico do paradigma da complexidade, que me permitiu transitar por caminhos de dúvidas e questionamentos, sobre as verdades e não verdades, acompanhada de quatorze mulheres rumo á auto-ecoorganização . Divido este trabalho em três capítulos, para explicitar por quais caminhos andei na história da família e do povo negro, relatando algumas intimidades, sofrimentos e transformações pelos séculos afora. Para abordar a mulher que mesmo sendo monoparental e com enormes responsabilidades, de