Familia e afetividade
Família é um conjunto de pessoas que se unem pelo desejo de estarem juntas, de construírem algo e de se complementarem. É através dessas relações que as pessoas podem se tornar mais humanas, aprendendo a viver o jogo da afetividade de maneira adequada. Mas para que essa adequação ocorra é preciso que haja referências positivas, cuidadores encarregados de estabelecer os limites necessários ao desenvolvimento de uma personalidade emocionalmente equilibrada. Para os jovens, as referências são pessoas, palavras, gestos que vão proporcionar a formação da identidade. Jovens que estabelecem vínculos harmoniosos nos seus momentos de frustração, por meio dos quais recebem amor e compreensão, desenvolverão uma identidade sadia, conseguindo suportar frustrações até o momento adequado para realizar seus desejos.
O que verificamos atualmente é que um grande número de pais acreditam no falso mito da liberdade total. Libertam os filhos antes mesmo deles terem criado asas para vôos mais altos, e o resultado disso é um comportamento desastroso na maioria das vezes. O jovem que se deixa levar pelo impulso em direção ao prazer imediato (natural do ser imaturo) vai dirigir seu vôo para alturas inadequadas ao tamanho de suas asas, e, com certeza, se desorganizar e se ferir. E a permissividade dos pais será sentida como desinteresse, abandono, desamor, negligência.
A família tem a função de sociabilizar e estruturar os filhos como seres humanos. Vários estudos e pesquisas têm demonstrado que jovens problemas são frutos de famílias que, independentemente do nível sócio-econômico, não lhes ofereceram afetividade suficiente. A violência na infância e na adolescência, por exemplo, existem tanto nas camadas menos favorecidas como nas classes média e alta. O que faz a diferença é a capacidade da família estabelecer vínculos afetivos, unindo-se no amor e nas frustrações.
11
A família é o âmbito em que a criança vive suas maiores