FAM LIA
Neste primeiro capitulo será desenvolvida uma reflexão histórica da instituição familiar buscando traduzir os diversos conceitos de família, apontando as transformações que ela vem sofrendo ao longo dos séculos, evidenciando principalmente a função paterna dentro deste contexto e o surgimento da relação de afeto entre pais e filhos.
O objetivo estudo e entender como se construiu essa nova forma de se relacionar onde o pai vem demonstrando seu interesse em assumir e compartilhar as responsabilidades e cuidados de seus filhos na situação que haja ruptura das relações conjugais.
Para compreender as transformações familiares no decorrer da história e o papel paterno dentro dos diferentes contextos, ainda que de maneira breve, tornaremos como ponto de partida o estilo da família medieval.
Segundo nos conta Ariés 1981 no período Medieval, a instituição familiar que hoje possui seu espaço particular delimitando sua privacidade organizava-se de forma aberta para o exterior, o que significava que o espaço físico do campo doméstico familiar era compartilhado com o espaço do trabalho e dos negócios, o que dificultava expansão do sentimento de família. Nele viviam não apenas todos os integrantes da família, mas também os agregados, os servos, e outras pessoas necessárias para a produção e a defesa mutua. Tudo acontecia nas salas, nelas comia-se, eram recebidas as visitas, dormia-se e fazia-se a higiene pessoal.
Nesta época, a pressão social limitava os espaços familiares e não concedia a família uma posição significativa nos sentimentos e valores assumidos. Neste contexto, os filhos não possuíam uma atenção especial de seus pais e famílias, apenas alguns cuidados para a sua sobrevivência, que eram delegados a criadagem. Da forma que os conhecimentos relacionados aos cuidados dos filhos, na época, não valorizavam a presença dos pais como fator primordial para o seu desenvolvimento social, afetivo, físico e psicológico. De acordo com Ariés 1978, não sendo só um